segunda-feira, 5 de julho de 2010

É possível ler ou falar em inglês sem traduzir?

Esse artigo é uma resposta à pergunta da leitora Vilma Lucas. Ela quer saber se é possível falar ou ler em inglês sem traduzir, e decidi fazer uma postagem sobre o assunto porque acredito que esta seja uma dúvida de muitos outros leitores.

Sou fluente em outros idiomas (além do inglês) mas só adquiri fluência e entendimento quando abandonei o hábito da tradução. Para falar ou ler em inglês é essencial pensar em inglês. Como vou conversar com alguém se ficar traduzindo o que a pessoa fala, depois pensando uma resposta em português para depois traduzir para o inglês antes de responder? Vai virar uma grande confusão na minha cabeça, mesmo porque as estruturas do inglês são diferentes do português.

Em inglês a ordem das palavras nas frases é diferente do português, como você pode ver em alguns poucos exemplos abaixo, há centenas de outros casos:

my son’s bike à bicicleta do meu filho
(Veja que a palavra bike vem por último na frase em inglês e é a primeira na versão em português)

a beautiful girl à uma moça linda
(Veja que o adjetivo vem antes do substantivo em inglês e apesar de também ser possível usá-lo em português, nem sempre isso é possível fazer sem mudar o sentido da frase)

Por exemplo: em português alguns adjetivos referem-se a qualidades físicas quando vêm depois do substantivo e a qualidades morais ou espirituais quando vêm antes dele.

Uma mulher grande (refiro-me ao tamanho, uma qualidade física)
Uma grande mulher (refiro-me a qualidades morais, mesmo que ela seja pequena à qualidade física, pode ser uma grande mulher à qualidade moral)

Se pensar nas regras e usos das palavras em um idioma já é difícil, imagine alternar constantemente entre dois idiomas durante uma conversa. Ou acabaremos dizendo um monte de bobagens, ou a pessoa que falou conosco vai perder a paciência de tanto esperar por uma resposta que irá embora e nos deixará – literalmente – falando sozinhos.

Então vamos nos perguntar: Por que um americano fala inglês?

Porque aprendeu através da prática, estudou para se aperfeiçoar (na escola) e principalmente porque pensa em inglês. Se ele pensasse em alemão, falaria alemão e não inglês.

Aí você pode perguntar: E como faço para pensar em inglês?

Existem determinadas técnicas que nos condicionam a pensar em inglês. À medida em que nos aperfeiçoamos e praticamos, esse mecanismo vai ficando cada vez mais natural, até que o simples fato de alguém falar conosco em inglês ou de lermos uma frase ou texto em inglês já fará com que automaticamente comecemos a pensar em inglês. É um processo tão natural que às vezes nem percebemos que estamos pensando / lendo / falando em inglês.

Já me aconteceu de me inscrever em um site e só quando alguém me chamou a atenção para o fato fui perceber que ele estava em inglês. Isso às vezes me causa certo constrangimento porque acontece de indicar um site maravilhoso para mudar sua aparência online para alguém que não sabe nada de inglês e depois ouvir a reclamação: “Mas o site está em inglês.” Eu sempre peço desculpas e digo que não havia reparado, mas também sei que muitos não acreditam que isso aconteça tão frequentemente. Exige um pouco de treino, mas acredite que vai acontecer também com você, se você quiser e se esforçar para isso.

Mas vamos com calma, a leitora também me pede que poste mais regularmente, o que vou fazer de agora em diante, e vou aproveitar também para postar algumas técnicas que irão ajudar os alunos a pensarem em inglês.

Zailda Coirano

domingo, 4 de julho de 2010

Do or make?

Sabemos que os dois verbos significam “fazer” em português, mas qual a diferença?

Algumas expressões são fixas e usam um ou outro. Nesse caso não se trata de entender a diferença mas sim de praticar para memorizar. Algumas das expressões conservam o significado do verbo mas nem todas são assim. Se me perguntar porque usamos “make” e não “do” em “make the most of”, eu responderei: “Porque sim, uai.”

Mas quando o verbo é usado sozinho, o significado do que se diz é o que vai determinar qual deles escolher.

Do à engajar-se ou envolver-se em algum tipo de atividade
Make à implica em construção, preparação ou criação de algo

Então dizemos “do business” (estar envolvido na ação de fazer negócio ou trato com alguém) e “make a cake” (preparar um bolo).

Então lembre-se:

Para dizer que alguém está envolvido em determinada atividade usamos do e para dizer que alguém está preparando, construindo ou criando alguma coisa usamos make.

Se resta alguma dúvida, entre em contato comigo na página de contato do blog (na parte superior, abaixo do título), ou use o botão de contato na aba lateral do blog, ou ainda deixe seu comentário abaixo desta postagem.

Zailda Coirano

sábado, 3 de julho de 2010

Uso do artigo indefinido

Os artigos indefinidos a / an são usados antes de substantivos contáveis no singular. Não usamos o artigo indefinido antes de substantivos incontáveis ou substantivos contáveis no plural. Veja a tabela abaixo com exemplos:


contáveis singular
There’s a book on the table.
There’s an apple on the table
Usamos “a” ou “an”;
contáveis plural
There are some books on the table.
Não usamos “a” ou “an”.
incontáveis
There’s some ketchup in the fridge.
Não usamos "a" ou "an"


Como escolher qual usar

Usamos a antes de substantives que começam com som de consoante e an antes de substantivos que começam com som de vogal. Ou seja, para saber qual usar você deve ter uma noção de como se fala a palavra.

Vejamos alguns exemplos na tabela abaixo:

a desk
Esse é um caso simples, “d” é consoante e a palavra é dita com som de “d” no início.
an apple
Caso simples, “a” é vogal e a palavra é dita com som de “a” no início.
a hospital
O “h” é pronunciado (semelhante ao som de “r” em português), “h” é consoante.
an hour
Nesse caso o “h” não é pronunciado, o primeiro som é da letra “o”, uma vogal.
an usher
Palavra pronunciada com som de “u” (semelhante ao ã), portanto som de vogal.
a uniforme
Pronunciada com som de “y” (iú), som de consoante.
a one-story house
Som inicial de “w” (u), som de consoante em inglês.

Usamos os artigos indefinidos quando falamos de alguma coisa indeterminada.

There’s a book on the table. (Não é um livro específico, é um livro qualquer.)

Espero ter ajudado. Se ainda tiver alguma dúvida, entre em contato comigo postando um comentário na nesta postagem ou acessando a página de contato (na cabeceira do blog). Há também um botão para contato na barra lateral do blog.

Zailda Coirano
 

terça-feira, 25 de maio de 2010

Presente ou passado?


Quando falamos de alguma coisa no passado em inglês, usamos o past simple:
I worked at Banespa from 1978 to 1997.
Veja que eu descrevi uma ação que aconteceu no passado e que se estendeu de 1978 a 1997, portanto toda no passado.
Quando falamos de alguma coisa no presente em inglês, usamos o present simple:
I work at CCAA.
Veja que só me referi ao presente portanto usei o present simple.
Mas agora veja a frase abaixo:
I have worked at CCAA since 1998.
Veja que essa frase significa que no presente eu trabalho no CCAA, mas minha frase também faz referência ao passado (since 1998).
Sempre que falamos de uma ação que começa no passado e se estende até o presente também temos que usar o present perfect. Veja que minha frase faz referência a presente e passado. Em inglês, o tempo verbal que faz essa “união” entre passado e presente é o present perfect. Então veja as ideias transmitidas pelas frases abaixo:
I work at CCAA. (nenhuma referência a passado, digo que no presente trabalho lá)
I worked at Banespa from 1978 to 1997. (estou falando de uma ação no passado, que se estendeu de 1978 a 1997)
I have worked at CCAA since 1998. (aqui eu me refiro a uma ação que começou no passado – 1998 – e se estende até o presente, ou seja: uma ação inacabada.)
Entendeu a diferença de ideias e usos?
Zailda Coirano

Present Perfect X Past Simple


A primeira diferença entre o Simple Past e o Present Perfect é que enquanto o Simple Past é usado para referir-se a uma ação que aconteceu em tempo determinado no passado porque essa informação (quando aconteceu) é importante ou faz parte do que pretendemos passar para nosso ouvinte, o Present Perfect refere-se a uma ação em tempo indeterminado no passado, ou porque não julgamos irrelevante quando a ação aconteceu ou ignoramos essa informação.

Se, por exemplo, você quer contar a seu amigo que finalmente comprou aquele CD do seu grupo favorito (e aí não faz diferença QUANDO isso aconteceu) você vai dizer a ele:

- I have bought the CD.

Mas se seu amigo quiser saber quando você comprou, você poderá dizer:
- I bought the CD yesterday.

Como você vê, quando usamos o Simple Past normalmente incluímos uma expressão de tempo para deixar claro quando a ação ocorreu no passado, caso contrário nossa frase parecerá incompleta para nosso ouvinte e ele irá nos perguntar: "quando?". Para evitar isso, sempre que queremos contar algo que ocorreu no passado mas não vamos dizer quando, é sempre melhor usar o Present Perfect.

Seu professor, por exemplo, na certa irá perguntar:

- Have you done your homework?

E usará o Present Perfect porque para ele não importa QUANDO você fez a tarefa e sim se fez ou não. Mas se por acaso você não viu um colega na escola ontem, irá perguntar a ele:

- Did you go to school yesterday?

Novamente incluímos uma expressão de tempo porque você quer saber se ele foi ontem porque provavelmente já sabe que ele foi à escola em outros dias.
Se por acaso você nunca foi ao Hopi Hari, vai contar a seu amigo:

- I haven't been to Hopi Hari.

Nesse caso está claro que você não precisa incluir a informação de QUANDO não foi porque fica claro que não é necessário. Mas seu amigo que não foi à escola semana passada (mas foi em outros dias) vai lhe contar:

- I didn't go to school last week.

Espero que tenha ficado claro quando você deve escolher o Present Perfect ou o Simple Past. Note que como em português não temos Present Perfect, na hora de traduzir, tanto faz se mencionamos quando a ação aconteceu no passado ou não, iremos traduzir da mesma forma.

- I have bought a new blouse. (Eu comprei uma blusa nova.)

- I bought a new blouse this morning. (Eu comprei uma blusa nova esta manhã.)

Zailda Coirano


quarta-feira, 12 de maio de 2010

A ordem dos adjetivos


Você sabe que em inglês as palavras têm um lugar certo na frase. Não podemos confundir com o português, o inglês é diferente e cada coisa tem seu lugar. Quando queremos “enfatizar” uma parte da frase, muitas vezes só temos que mudá-la de lugar, aí ela passa a chamar mais a atenção porque aquele não é o seu lugar “costumeiro” na frase.
Quando usamos mais de um adjetivo temos que prestar atenção à ordem em que os colocamos na frase. Como você também já sabe, os adjetivos vêm antes do substantivo como regra geral. Mas como fazer quando temos que falar de mais de uma qualidade de alguma coisa ao mesmo tempo?
Preste atenção à tabela abaixo:
SIZE
COLOR
MATERIAL
NOUN
big
black
leather
backpack
small
brown
silk
blouse
large
blue
wood
scarf
medium
beige
paper
bag

Se usar de outra forma não estará errado, mas soará de forma não natural e ficará evidente que você não é um nativo, e ninguém quer falar de forma estranha, certo?
Dessa forma, quando for escolher uma roupa, peça, por exemplo “that large brown cotton jacket” ou então “those medium black leather boots”.
Espero ter ajudado.
Zailda Coirano

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Uso de "may" para expressar probabilidade

Você lembra que usamos “may” para pedir e dar permissão e que quando o usamos estamos sendo mais educados do que quando usamos “can”? Mas “may” pode servir para outra coisa: para falar de probabilidades. Quando não temos certeza de alguma coisa e queremos expressar que “é possível que...” usamos “may”. Veja nos exemplos abaixo:

Dad may be home now. (possibilidade no presente)
I may go to the prom tomorrow. (possibilidade no futuro)

Quando usamos may não é necessário o uso de will porque a ideia de futuro é expressa pela palavra “tomorrow”.

Quando achamos que uma coisa provavelmente não é (presente) ou não será (futuro) de uma certa forma, usamos may + not (forma negativa):

They may not let you go on this ride.

Note que após may o verbo vem no infinitivo sem a partícula “to”.
Agora veja como fazemos perguntas com may quando falamos de probabilidades:

Do you think your car may be in front of the bank?

Como você vê, não usamos a inversão de may com o sujeito para fazer perguntas, acrescentamos “do you think” à frente do verbo, para ficar claro de que estamos fazendo uma pergunta sobre uma possibilidade e não pedindo permissão.

Espero que tenha ficado claro, qualquer dúvida poste aqui no “comentários” ou diretamente no grupo “Inglês Tupiniquim” e ela será respondida em breve. As perguntas mais freqüentes dirigidas ao grupo serão também postadas no blog.
Zailda Coirano

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Proposta do blog

A proposta do blog é dar dicas e fornecer explicações de gramática (regras e usos) bem como vocabulário em inglês, contrastar inglês britânico e americano no mais puro português, para aqueles que têm dificuldades ou que estão começando e precisam de explicações em português. Minhas aulas de inglês são também em inglês, portanto será uma experiência nova, e espero que proveitosa tanto para mim quanto para os (futuros) leitores do blog. Esse é um blog de inglês para brasileiros.


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